Por que a VICE insiste em repetir matérias do Jackass? [Repost]



por Matheus Souza 

O texto a seguir foi originalmente publicado em 2017, no Entrelinha Blog, na época havia uma matéria da Vice que sempre aparecia no meu feed e dos meus amigos, foi esse o ponto de partida para escrever esse texto. De lá pra cá mudei meu ponto de vista sobre alguns temas abordados nele, tais como: Abramovic e Jackass, onde eu estava com a cabeça quando pensei nisso? Enfim, segue abaixo o material. 

Se você acompanha a página da VICE no Facebook já deve ter percebido o quanto eles repetem postagens com conteúdos relacionados aos membros do Jackass, seja a entrevista com Steve-O, Johnny Knoxville, ou a clássica matéria: “Ver o Bam Margera de hoje me faz ter medo da morte”, nunca saberemos o real motivo de repetirem tanto o mesmo conteúdo, mas podemos deduzir que se eles publicam é porque pessoas tem o interesse em ler sobre o pessoal do Jackass.

E porque queremos ler sobre os insanos do Jackass? Bem, meu palpite seria pelo valor nostálgico e a curiosidade de saber como eles estão. E veja bem, para quem ignorou todos aqueles avisos de “Não tente reproduzir isso em casa” e cresceu assistindo Jackass, consegue lembra-se de que eram jovens e, assim como quem assistia, o tempo passou e a velhice chegou, para alguns mais evidente, enquanto que para outros parecem ter tomado formol.



A questão é de que se você cresceu assistindo Jackass, você provavelmente assistia desenhos animados quando criança, e adorava tudo isso. Estou falando daqueles cartoons clássicos, que uma bigorna cai sobre a personagem. As insanidades dos desenhos, como o próprio Knoxville disse em entrevista para a VICE, serve de inspiração para as performances da trupe.

Onde eu quero chegar com isso? Simples: se você assistiu esses desenhos e achava hilário, você teve potencial para ter achado hilário Jackass, dando vida aos feitos dos desenhos, e assim como acontece a nostalgia com esses cartoons, também surge uma estima pelos malucos “altamente profissionais”.

E por citar o termo "performance", sugiro uma provocação em imaginar a fronteira que separa uma ação do Jackass com uma ação performática do mundo da arte contemporânea. Em determinados momentos o modo como lidam com a dor podem lembrar algumas performances clássicas de artistas extremos, porém o que separa uma ação feita por Marina Abramovic? ou Johnny Knoxville? Bem, talvez no caso de Abramovic?, a própria intenção, a pesquisa e tudo que possa criar um caminho conceitual, enquanto que em Jackass é puro entretenimento para a TV ou cinema. Uma edição da extinta revista SET reportava a chegada da série como: “Tudo pelo entretenimento”, isso na TV por assinatura, o que nos possibilita imaginar uma situação onde o sadismo serve de entretenimento para a elite que possui meios de pagar por canais fechados.



Sendo assim, assistir essas personagens do Jackass envelhecer é mais um entretenimento, tanto quanto assistir eles em uma de suas façanhas, talvez por isso seja tão compartilhado e distribuído nas redes sociais.

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